20.4.05

Papst Benedikt Sechzehn

Poucos assuntos despertaram tamanha inquietação em mim como a morte do Papa e sua sucessão. Eu nasci um mês depois de João Paulo II ter sido eleito. Portanto, desde que eu me entendo por gente, Karol Wojtyla é sinônimo de Sumo Pontífice. Era ele que eu deveria ver quando viajasse a Roma. Ir até lá e não topar com ele, ainda que fosse no meio de uma praça apinhada diante de um distante ponto branco numa sacada, era total decepção.

Imaginem então vocês diante da notícia da morte dele. Nem foi tão impactante, aliás; era como se fosse um divisor de águas. "Caraca, o Papa está morrendo", pensava eu. E foi justamente num sábado de plantão - que já estava havia séculos marcado, não foi uma simples coincidência - que ele se foi. Trabalhei feito côrno [o acento é meramente enfático], o que meio que me anestesiou. Hoje, já calejado tal um vaticanista, senti a ficha cair. Eis a sucessão papal.

Esses momentos fizeram brotar na minha memória lembranças envolvendo Roma, o Papa e assuntos afins. Vou recordá-los sem compromisso.

Passaram-se as exéquias.

O que realmente me chocou foi ver Herr Ratzinger acenar para a praça apinhada, com a indumentária adequada, começando seu papado. Nada contra o Papst. Ocorre que, pombas, não estou acostumado a isso. Ainda que seja ordem natural das